O exame de microbioma intestinal é caracterizado como um sequenciamento genético que analisa o perfil das bactérias contribuintes para a saúde e para o metabolismo. O reconhecimento recente de que o microbioma intestinal desempenha papéis na patogênese de doenças crônicas levou a um interesse crescente na análise personalizada do microbioma entre pesquisadores clínicos, nutricionistas e pacientes.

 

Exame de microbioma: para que serve?

O microbioma humano é um conjunto de microrganismos que devem estar regulados para habitar o corpo humano de forma harmônica. Esses organismos, que podem ser bactérias e fungos, são responsáveis por atuar na fisiologia, promovendo efeitos sistêmicos positivos na regulação metabólica, tendo em vista que eles produzem substâncias benéficas à saúde integral.

 

O exame de microbioma: vantagens e desvantagens

Com a utilização de técnicas de epidemiologia molecular, ecologia microbiana e microbiologia, os pesquisadores de diferentes estudos demonstraram que mudanças nas interações imunes, atividades biomoleculares ou exclusão de patógenos estão associadas a doenças como condição inflamatória intestinal, transtorno do espectro autista, doenças autoimunes, síndromes intestinais e câncer.

Como o teste de microbioma funciona? A primeira etapa em um estudo de microbioma envolve a coleta de amostras de biomassa microbiana estabilizada, por meio do exame de fezes. Por ser um exame genético, ele normalmente descreve os quatro principais indicadores da saúde da microbiota: índice de diversidade bacteriana, relação bacteroidetes/firmicutes, microrganismos com atividades anti-inflamatórias e pró-inflamatórias e o perfil específico e individualizado de cada microbioma.

Um ponto em questão é quanto à forma como o exame é realizado: as fezes são materiais acessíveis e podem ser coletadas com a mesma frequência, diferentemente de amostras de biópsia. Para estudar as doenças gastrointestinais e hepáticas, a avaliação do microbioma intestinal usando fezes oferece uma oportunidade eficiente para entender a fisiopatologia e os estados da doença em questão. Contudo, esse material não captura todos os micróbios no intestino, principalmente aqueles micróbios aderentes à mucosa e microrganismos no intestino delgado. Ainda, as fezes se encontram mais distantes da região gastrointestinal da patologia que está sendo investigada, como no caso da síndrome do intestino irritável ou SIBO, sendo armazenadas no reto, onde há desidratação ativa e fermentação seletiva de bactérias que não são encontradas em outras partes do lúmen. Tal fator pode gerar interpretações menos fidedignas do resultado e da análise do exame.

Algumas pesquisas intervencionais mostraram que os melhores fatores que diagnosticam a doença inflamatória intestinal podem ser realizados usando amostras de conteúdo luminal coletadas diretamente do intestino, ao invés de usar amostras de fezes, mas outros estudos discordam desse posicionamento, reforçado a alta precisão do exame de microbioma usando a biomassa fecal.

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REFERÊNCIAS

 

Allaband, Celeste et al. Microbiome 101: Studying, Analyzing, and Interpreting Gut Microbiome Data for Clinicians. Clinical gastroenterology and hepatology: the official clinical practice journal of the American Gastroenterological Association vol. 17,2 (2019).

Staley C, Kaiser T, Khoruts A. Clinician Guide to Microbiome Testing. Dig Dis Sci. 2018 Dec;63(12):3167-3177.